Aulas de matemática e ciências que valorizam a reprodução de fórmulas, métodos e apresentação de fatos, ou seja que apenas reproduzem teorias, sem promover ligação alguma com a realidade do aluno, pode sim ser útil para instruir, mas não para educar. Considero aqui instrução como o conjunto de técnicas e métodos que o aluno conhece e reproduz muito bem e educação como o ato de despertar valores. Para atingir a instrução do aluno não faltam ferramentas infalíveis, como por exemplo listas de exercícios que estimulam a repetição, aulas expositivas baseadas apenas em transmissão cultural, por vezes podemos até inovar ensinando nossos alunos umas musiquinhas, ou até piadas com duplo sentido o que torna a instrução menos sofrível. É importante citar que aqui não se defende o abandono dos conteúdos, ou mesmo das fórmulas, ou dos fatos, mas sim que nossa miscelânea escolar de exatas não encontre fim apenas em si mesma. Afirmo ainda que não é apenas da escola a função de despertar valores, mas saliento que alguns valores só a escola será capaz de desenvolver. É importante que as salas de aulas sejam apenas um ponto inicial, ou um ponto de encontro, e que saindo dela nossos alunos possam encontrar os seus fatos, as suas fórmulas e seus métodos nas feiras, nos parques, em sua alimentação, e portanto em sua vida. Assim o retorno para o caderno e o contato com as teorias, fórmulas e o método será muito mais amigável, pois agora será útil. As aulas nos moldes tradicionais podem até incentivar a instrução em ciência, mas acredito que não intensificam a consciência.
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